REABILITAÇÃO MORADIA UNIFAMILIAR
Ovar · Portugal
2019 / 2020
Imagem virtual · Zona Social e relação com o jardim, o prolongamento da sala
O CARÁCTER DA INTERVENÇÃO
Planta do piso 0 · Acesso habitação e garagem · Zona social e logradouro · Cota da via pública
Planta de piso 1 · Zona Privada
Corte transversal
O TRATAMENTO DA FACHADA
Num edifício com um caracter e uma escala muito própria, parte integrante do conhecido património cultural apelidado pelo primeiro director do Museu Nacional do Azulejo, Rafael Salinas Calado, como “cidade-museu vivo do azulejo” projetamos um intervenção que procura a preservação deste valor patrimonial, tenta ultrapassar condicionantes cadastrais e urbanísticas e vai ao encontro de um enunciado onde se apresentam as necessidades de uma jovem família; um lar moderno, com conforto, segurança mas com economia de meios.
Mantemos as paredes perimetrais, onde se inclui a fachada principal, com o seu revestimento azulejar e cantarias que propomos conservar. Já a cobertura em telha cerâmica tipo marselha, o beiral, a cornija e demais rebocos elementos importantes na composição da fachada e do caracter evocativo ela apresenta, e que estão em mau estado de conservação, serão reconstruídos.
Internamente fazemos uso do generoso pé-direito existente para materializar esta ideia.
O edifício principal que albergará a habitação, organiza-se em dois pisos, sendo o piso 0 dedicado às funções mais sociais e em contacto com o logradouro, sala, cozinha, quarto polivalente, casa de banho cessível e área técnica. Comunicado por uma escada, no piso superior, estão localizam-se os espaços mais privados, as três suites e um átrio comum abrindo-se sobre a zona de pé-direito duplo da sala. O anexo é destinado à garagem. Mantém-se a mesma implantação e porta exterior de acesso.
A nova construção proporciona desta forma as condições modernas que este desejado uso habitacional nestes centros urbanos requere, permitindo acessos para automóvel à parcela privada sem descaracterizar o conjunto edificado, permitindo comodidade ao mesmo tempo que o retira da via pública o carro quando não está em uso. Otimiza também a exposição solar proporcionando iluminação, ventilação, privacidade, espaço livre exterior de qualidade e estética contemporânea enraizada na cultura local.
Fachada antes da intervenção
A fachada será recuperada, nas suas cores e revestimentos tradicionais e no revestimento azulejar, para tal contamos com o apoio ao Atelier de Conservação e Restauro do Azulejo da Câmara Municipal de Ovar. Propomos ainda a substituição da caixilharia existente em alumínio por uma de madeira para os vãos existentes no piso zero. Alinhados com estes, introduzimos três janelas tipo trapeira no piso superior, procurando a sua integração na estrutura compositiva da fachada existente e dotando de qualidade visual, iluminação e ventilação os novos espaços propostos do primeiro piso. Estes três janelas serão os únicos elementos que marcam no exterior a intervenção contemporânea. Procuramos assim uma solução equilibrada entre a necessidade de acrescentar um piso para conseguir dar resposta ao programa funcional da nova habitação e provocar o mínimo de transformação no património existente, mantendo a desejada integração harmoniosa no conjunto urbano ao mesmo tempo que transmite uma correta leitura histórica.
Planta de coberturas
Fachada proposta
A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL
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